Rede 5G acelera a adoção de baterias de íon-lítio nas operadoras de Telecomunicações
Jim Wiemer *
A revolução do íon-lítio que começou nos data centers há alguns anos está chegando às operadoras de Telecomunicações. Isso acontece por uma boa razão. Comparadas com as tradicionais baterias de Chumbo-Ácido Reguladas por Válvula (VRLA), as baterias de íon-lítio têm maior densidade de potência, menos peso, duram mais, recarregam mais rápido, não sofrem de desgaseificação e têm monitoramento integrado. O resultado dessa conjunção de fatores é um menor Custo Total de Propriedade (TCO), algo crítico para a competitividade das operadoras.
A excelência tecnológica e a redução de TCO são essenciais ao crescimento dos negócios das operadoras. A chegada das redes 5G torna esses pontos ainda mais estratégicos. A busca pela baixa latência ressalta a importância do edge computing, levando à implementação de milhares de data centers na borda da rede. Em todos os casos, uma mesma demanda se faz presente: contar com data centers munidos das mais avançadas soluções em baterias.
Isso explica a crescente adoção de baterias de íon-lítio neste segmento. A mudança tem sido lenta, mas essa é a natureza da indústria de telecom. As mesmas tendências de aversão ao risco que preservaram o status quo das baterias VRLA por muitos anos estão, agora, motivando a mudança para tecnologias de lítio que aumentam a eficiência da rede como um todo.
Os benefícios das baterias de íon-lítio vão além das vantagens físicas e operacionais que elas oferecem. As baterias de íon-lítio são uma solução elegante e sofisticada para redes cada vez mais complexas. Elas oferecem um nível de inteligência – incluindo sistemas de gerenciamento de baterias (BMS) integrados – que as VRLAs não conseguem igualar. As VRLAs continuam a ser muito importantes, e podem até ser a escolha certa para alguns tipos de aplicação. Ainda assim, os recursos das baterias de íon-lítio são muito superiores. Trata-se, portanto, de um caminho sem volta.
Gestão unificada de baterias de íon-lítio e VRLA
Uma das alavancas dessa transformação são unidades de controle que podem trabalhar com baterias de íon-lítio e com baterias VRLAs. Essa gestão pode ser feita em um modo de monitoramento avançado, oferecendo uma interface com o sistema de gerenciamento de baterias. Trabalhando juntos, esses sistemas seguem as baterias de íon-lítio por toda a rede, monitorando o nível das baterias e os eventos de descargas. A meta é prever potenciais problemas para ajudar a garantir uma performance mais confiável das baterias.
Sim, é possível fazer algum monitoramento com baterias VRLA. Mas isso sempre demanda uma solução de terceiros – o que incrementa os custos e a complexidade da tarefa de gerir esse universo.
A bateria de íon-lítio inteligente é mais crítica do que nunca nas redes atuais, que estão crescendo e se tornando mais densas. Essa é uma marca das redes 5G, modelo que deve se tornar real no Brasil neste ano.
As operadoras precisam ter uma visão clara dos modelos das baterias em cada site, o status de cada uma delas, os eventos de descarga e os dados de desempenho. Isso permite que se responda a falhas antes que haja uma queda nos serviços.
Enquanto as baterias VRLA morrem subitamente, e quase sempre sem muito aviso, as baterias de íon-lítio envelhecem com elegância, permitindo às operadoras gerenciar o fim da sua vida e trocar por novas baterias com segurança. Isso tem um valor inestimável quando escalado para os milhares de sites existentes em uma rede de Telecom típica. Na era do 5G, são inovações como estas que determinarão os vencedores desse novo mercado.
*Jim Wiemer é Diretor de Gestão de Ofertas na Vertiv.