Muito a perder para errar
Por Daniel Alqueres, gerente de vendas da Emerson Network Power
O preço do barril de petróleo em patamares próximos aos US$ 45 tem pressionado os operadores a redimensionar seus sistemas e a rever seus planejamentos estratégicos ao mesmo tempo em que reduzem perdas ao máximo. Como no Brasil a maior parte das reservas de óleo e gás encontram-se no mar e em grandes profundidades, a exploração exige altos investimentos em pesquisa, equipamentos e nas plataformas de petróleo. Nesses casos, esse redimensionamento tem que ser feito com cuidado ainda maior para que pretensas economias não tragam prejuízos maiores.
Por exemplo, uma plataforma que produza entre 50 e 100 mil barris/dia reportaria grande prejuízo ao ter seus sistemas críticos paralisados por falta de energia elétrica, porque o projeto foi dimensionado de forma equivocada. Ou, imagine ficar sem energia por falta de manutenção programada em uma plataforma de perfuração cujo frete pode custar, por dia, cerca de US$ 500 mil dólares? É muito dinheiro em jogo para correr riscos desnecessários.
É sobre este tema que trataremos nesse artigo, mais especificamente sobre as questões a serem consideradas na escolha de soluções de energia ininterrupta para cargas críticas em plataformas de petróleo.
Puzzle para durar 30 anos
Em primeiro lugar, é importante compreender que uma plataforma de petróleo offshore é um intrincado puzzle, um jogo de encaixar peças, e que inclui, claro, o projeto elétrico; o espaço é muito caro e precisa ser 100% aproveitado. Sua montagem, no entanto, não pode ser aleatória, mas conta com uma sequência lógica. Em segundo lugar, uma plataforma offshore é feita para durar, pelo menos, 30 anos e, portanto, seus componentes precisam seguir essa mesma regra. Isso significa que, uma vez montada, não deverá ser alterada pelas próximas três décadas.
Dentre seus sistemas essenciais está o de geração de energia elétrica. As plataformas contam com verdadeiras usinas geradoras de eletricidade, com turbinas movidas a gás ou motores a diesel e a vapor. O gás utilizado nas turbinas vem dos próprios reservatórios de petróleo, o que facilita tremendamente o processo. Algumas plataformas utilizam dezenas de turbos geradores e motores a diesel, gerando energia capaz de alimentar uma cidade de até 2 milhões de habitantes. Mas trata-se de uma energia bruta, isto é, cheia de ruídos e picos de tensão.